A novidade, na verdade, é que me sinto à vontade com isso. Quem me conhece bem vai se surpreender com essas palavras. Emerge naturalmente de mim uma convicção de que sou uma pessoa melhor na medida em que compreendo mais o papel da política neste mundo.
Ok, vá, eu já meio que sabia disso. Mas nunca despertou meu interesse. E não era só preguiça... tá, era um pouco. Eu sempre pensava que ao invés de perder tempo com política eu devia saber e apreciar mais a arte. Tem tanta coisa pra gente saber né?
Mas, enfim. Para além da preguiça, teve sempre a ausência absoluta de estímulo. Cresci numa família que me ensinou a votar nulo e que mudava o canal da TV se o assunto fosse política ou futebol. E, claro, eu adorava isso. Achava, de um certo modo, transgressor. :)
Mas agora, que me aparece como um exercício necessário e oportuno, e que vivemos tempos de uma virada histórica no entendimento do papel da boa política no futuro dos seres, confesso que me sinto empolgada.
Não vou me candidatar a nada. Calma. Nem sinto necessidade de filiação partidária. Mas gosto de exercitar minha didática na argumentação em torno do que "só não vê quem não quer". Adoro desvendar interesses partidários em torno de declarações incendiárias.
Já sei que a gente não muda o mundo com essa empolgação.
Mas, só por me interessar, já me sinto fazendo a diferença.
7 comentários:
"a gente não muda o mundo com essa empolgação" - Aco que muda sim. Apenas nem sempre muda exatamente do jeito que a gente quer, afinal, são vários, inúmeros fatores envolvidos, dentre eles um muito importante: o acaso, o imprevisto. É como aquele célebre episodio com Garrincha, se não me engano, em que ele, depois do técnico expor toda uma estratégia para uma jogada que culminaria fatalmente com um gol, perguntou: "tudo bem, mas você já combinou com o adversário" ? Mas a empolgação e a participação politica, a meu ver, ajuda a mudar o mundo sim, e muito. "sem tesão não há solução", já dizia roberto Freire (nao o ex-comunista - aliás, odeio ex-comunistas).
tesão não tá faltando. já a solução...
Eu acho digno Maíra...só não me empolgo mais com política partidária. Acho que eu perdi o sonho no caminho, e olha que eu tentei...corri muito de polícia quando eu era mais novo. Acho que perdi um pouco da minha fé nas coisas, mas isso é um processo pesoal. Acho muito massa que você se empolgue na idade certa, onde a gente pode tomar as decisões e seguir os caminhos mais dono de si. Boa sorte na militância, se der nisso. É sempre bom buscar ideais pelos quais seguir.
militância, acho difícil. tem mais a ver com um crescimento pessoal mesmo. partidarismos não me empolgam. o que aprendi foi que é bom estar atento ao que há verdadeiramente por trás das cortinas.
É isso que eu falo, eu não desisti da vida...só não creio mais na política porque ela está fincada em pessoas e não em idéias. Acho bizarro nas duas últimas eleições nego ir na tv 'comemorar' o fim da ideologia na política. Dai fica o jogo dos 'mocinhos' contra os 'bonzinhos'. Acho massa a diversidade das idéias...até internamente nos partidos. Mas sinceramente acho que dá pra participar de outras coisas com outros bastidores que façam bem pelo mundo sem ser assim pela política.
Acredito em música e acredito em cinema...Ainda.
Mas isso é o que eu penso apenas. No me gusta santos...todos tem pé de barro. Forço fudêo!
Quando eu produzia swhos com mais frequencia...um amigo meu disse que tava coisa de um ano sem sair de casa até o primeiro Nada Pode Parar O Rock...e lá foi ele ao show.
Isso de fazer as pessoas sairem de casa e se sentirem bem quando voltarem é um tipo de coisa que a política deveria fazer todo dia pelo cidadão. Mas por mais que vc eleja alguém legal isso nunca vai acontecer. E isso me frusta mto.
Enfim!
=)
Werden, isso que você fazia, os shows que tiraram seus amigos de casa, já era política.
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