sábado, 31 de outubro de 2009

...



I was dreaming of the past.
And my heart was beating fast,
I began to lose control,
I began to lose control,

I didn't mean to hurt you,
I'm sorry that I made you cry,
I didn't want to hurt you,
I'm just a jealous guy,

I was feeling insecure,
You might not love me any more,

I was shivering inside,
I was shivering inside,

I was trying to catch your eyes,
Thought that you were trying to hide,
I was swallowing my pain,
I was swallowing my pain.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Eu...

Quero o frescor da paixão
o romance declarado
a urgência do desejo
a ardência do gozo quase alcançado
Quero a sede
o exagero
a firmeza e a força de tudo que não é razão
quero pegada, cheiro e gosto
daquilo tudo que só sabe quem também queima

não é difícil entender
é um pouco menos que ficção
e um tanto mais que a trivialidade do cotidiano

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Numa ilha

Uma das coisas boas de não ser mais professora é poder voltar a ler ficção. Pelo menos um terço dos grandes livros que tenho em minhas estantes ainda não tive chance de ler. Já os de teoria passei alguns semestres de minha vida relendo continuamente. Nenhum prejuízo nisso, claro. Mas é uma delícia a liberdade de ir passando olho na prateleira e escolher o qual é o próximo.

Semana passada comecei 'O Retrato de Dorian Gray'. Tô apaixonada. Se fosse twitteira compulsiva, twitaria quase todas as frases. Meu momento noturno de leitura nunca foi tão prazeroso.

Vários trechos são "eternizáveis", digamos assim. E só pra fazer um contraponto:

"Sempre! Que palavra terrível. Estremeço de cada vez que a ouço. As mulheres gostam tanto de usar. Estragam o romance com a teima de que deve durar para sempre. E além disso é uma palavra que não significa nada. A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura mais tempo."

Ai, um choque. É tão confortável a ilusão da eternidade...

E isso:

"O objetivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza. É para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmos. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas."

Enquanto leio essas coisas, constato que para todo lado que olho vejo paixões eternamente fugazes e falsos altruímos que travestem a hipocrisia nossa de cada dia pairando sobre uma sociedade que adora sofrer e reclamar. Na verdade é sofrer para ter do que reclamar.

Ou já virei uma velha rabugenta ou eu vim de marte. Convivo diariamente com o sentimento de que eu simplesmente não entendo esse mundo. Não entendo porque obviedades parecem tão complexas para tanta gente, não entendo como se pode ser tão cego ou como é possível enxergar tudo tão distorcido. Não entendo revoltadinhos com o sistema que se acham seres iluminados diante de um mar de mediocridade, assim como não entendo como tanta mediocridade é sinônimo de eficácia.

Só sei que às vezes acho que seria tão bom viver numa ilha...