domingo, 26 de outubro de 2008

Inveja dos Daysleepers...

Enquanto a galera do Daysleepers a essa hora deve estar no décimo sono desse domingão bonito, depois do show bacana de ontem à noite, eu to aqui feito um zumbi, - cheguei às 4, acordei às 8 – há três anos ainda me acostumando com essa condição de mãe... ok, mas isso era só pra explicar o título do post.






Daysleepers é uma nova e reveladora promessa da cena indie rock aracajuana.

Passei algum tempo desse sábado acompanhando essa turma. À tarde, durante uma gravação para um programa-piloto, pude conferir a performance dos rapazes em estúdio e um bate-bola bacaníssimo dos meninos com Fabinho Snoozer, também registrado para o piloto (que, se tudo der certo, vai poder ser visto por todo mundo aí muito em breve. Cruzem os dedos!).

Ao que parece a banda tem uma espécie de “mentor intelectual” que é o Arthur (vocal e violão). As composições são todas dele. Menino novo, talento vocal notável, letras (em português) e músicas inteligentes, criativas... ele é desses que passa as madrugadas compondo - daí o nome da banda. Referências a Beatles e Beach Boys mais que explícitas sem que isso pareça um problema.

Tanto na gravação no estúdio, à tarde, quanto no show, à noite, me impressionei com a precisão com que a banda já executa suas novíssimas composições. Ficamos sabendo que eles ensaiam duas vezes por semana. O sonho de todo roqueiro securento.

No show, a segurança dos ensaios se revelou numa performance de palco (palco? Tá, não tem isso no Capitão Cook) segura e envolvente. Tocaram tarde e o publico esperou pra ver, interagir e vibrar.

Aliás, pausa para uma reflexão sobre esse evento de ontem: o Capitão Cook, se não me mudei pra marte, é único lugar que está abrigando, hoje em dia, aqui em Aju, shows de rock de pequeno porte. E tirando por ontem, o publico vem crescendo bastante, caras novas aparecendo... devia ter umas 300 pessoas ali ontem, somando quem ficou dentro e fora do bar. Ainda assim, pra variar, a cerveja tava quente, e a estrutura geral de um dos bares mais antigos desta cidade simplesmente continua absolutamente igualzinha. Isto é: ruim. Não dá pra reclamar de quem fica lá fora tomando cerveja gelada e mais barata mesmo. E simplesmente não existe outro lugar rock nessa cidade!!! Como pode isso???

Voltando...

Agora, a boa mesmo sobre o Daysleepers é o EP que eles acabam de lançar.




Da capinha às músicas, incluindo a qualidade técnica da gravação, há nesse debut um ar de capricho, sofisticação.

De cara, eles já conseguiram começar bem pelo que é mais difícil: encontrar a sonoridade certa numa gravação. De forma caseira e barata, os rapazes alcançaram um resultado final coeso, competente e, acima de tudo, muito inspirado.

São seis canções grudentinhas, melodias fáceis e bonitinhas. Destaque para a preocupação com os arranjos de voz, denunciando as principais influências sessentistas dos garotos.

As cópias prensadas parece que já acabaram. Mas isso não deve mais ser um problema graças à netlabel MusicLand Records – do camarada Jesuíno André, de João Pessoa – que está lançando o EP virtual no portal Lado Norte. (A partir de terça feira) CORRIGINDO: No começo de novembro, tem tudinho pra baixar lá. Já está no ar uma entrevista com o Arthur para o site. Vale a pena conferir. E enquanto não sai o EP por lá, você pode ouvi-los no myspace.

O mundo que acorde cedo pros Daysleepers.

Eu bem que digo que dormir de dia faz bem.

domingo, 19 de outubro de 2008

Não, eu não sou suspeita...

não sou, juro... e isso não é anti-ético.
Esses caras são foda mesmo e essa musica é de vanguarda.
Digo sem medo.

www.myspace.com/sqnjazz
http://www.carlosezequiel.com/
http://www.lupasantiago.com/
http://www.youtube.com/watch?v=X1Jv15pMsuI (tem outros por lá)

tudo bem.. babona eu aceito.

Disco novo na área: "Horizonte artificial".
Não tenho muito vocabulário pra descrever, mas tenho sensibilidade (e bom-senso) pra recomendar.
Espero ter alguma credibilidade ;)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

E Aracaju, hein?

FESTIVAL MUNDO - João Pessoa (PB)

17 de outubro

Macaco Bong (MT)
Cabaret (RJ)
Calistoga (RN)
Sem Horas (PB)
Camarones Orquesta Guitarrística (RN)
Outona (PB)

18 de outubro

Cabruêra (PB)
Burro Morto (PB)
Sweet Fanny Adams (PE)
O Garfo (CE)
Nublado (PB)
Elmo (PB)
Cerva Grátis (PB)

FESTIVAL AUMENTA QUE É ROCK - João Pessoa (PB)

31 de Outubro

Forgotten Boys (SP)
Sem Horas (PB)
Black Drawing Chalks (GO)
AMP (PE)
Venus Volts (SP)
Hijack (PB)
Malaquias em Perigo (PB)
Cerva Grátis (PB)

01 de Novembro

Mukeka di Rato (ES)
Letal (PB)
Torture Squad (SP)
Soturnus (PB)
Rótulo (SE)
Notforsale (CE)
Thyresis (PB)
Mobiê (PB)


FESTIVAL DO SOL - Natal (RN)

01 de Novembro

The Donnas (EUA)
Black Drawing Chalks (GO)
Forgotten Boys (SP)
AMP (PE)
MQN (GO)
Terminal Guadalupe (PR)
The Sinks (RN)
Barbiekill (RN)
Camarones Orquestra Guitarrística (RN)
Star 61 (PB)
Rosa de Pedra (RN)
Lunares (RN)
Fewell (RN)
Rock Rovers (RN)

02 de novembro

Mukeka Di Rato(ES)
Catärro (RN)
Torture Squad (SP)
Venus Volts (SP)
Expose Your Hate (RN)
River Raid (PE)
Calistoga (RN)
Distro (RN)
Brand New Hate (RN)
Plastic Noir (CE)
AK-47 (RN)
Gandhi (RN)

12 de Novembro

Elma (SP)
Debate(SP)

13 de Novembro

O Garfo (CE)
Os Poetas Elétricos (RN)
Edu Gomez (RN)


GOIANIA NOISE FESTIVAL

SEXTA FEIRA 21/11

Marcelo Camelo + Hurtmold (RJ)
Black Lips (USA)
Vaselines (Escócia)
Lucy And The Popsonics (DF)
Frank Jorge (RS)
Motherfish (GO)
Canastra (RJ)
Continental Combo (SP)
Calumet-Hecla (USA)
The Backbiters (GO)
Mickey Junkies (SP)
Holger (São Paulo)
Diego de Moraes e o Sindicato (GO)
Demosonic (GO)
Gloom (GO)

SÁBADO 22/11

Instituto (SP)
The Flaming Sideburns (Finlandia)
Black Mountain (Canada)
Black Melkon (Inglaterra)
Cabruêra (PB)
MQN (GO)
The Dead Rocks (SP)
Gangrena Gasosa (RJ)
Os Ambervisions (SC)
Black Drawing Chalks (GO)
Guizado (SP)
Amp (PE)
Mugo (GO)
Mersault e Maquina de Escrever (GO)
Cicuta (GO)

DOMINGO 23/11

Helmet (USA)
Inocentes (SP)
Periferia SA (SP)
Claustrofobia (SP)
The Tormentos (ARG)
Loop B (SP)
Mechanics (GO)
The Ganjas (Chile)
Bang Bang Babies (GO)
Motek (Bélgica)
Hillbilly Rawhide (PR)
Heaven's Guardian (GO)
Goldfish Memories (GO)
Figado Killer (GO)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Things to remember forever

Pra mim uma tatuagem tem que ser algo que você realmente não queira esquecer... que tenha um significado interessante, especial, só pra você. Não dá pra ser qualquer coisa bonitinha não.

Eu só tenho duas (até agora, hehe). A segunda eu acabei de fazer. Mas não é exatamente sobre minha tatuagem esse post. Mas o que ela representa e o impacto que isso teve em mim.

Os desavisados quando olham vêm logo uma borboleta. Os mais espertinhos chegam a lembrar que é uma imagem usada em testes psicológicos: as pranchas de Rorschard.

A-há! Mas quem sabe das coisas sabe que esse nome aí é o de um personagem da bíblia das Graphic Novels: Watchmen. E essa é a capa de uma das doze edições, a de número seis.



Voltou-se a falar de Watchmen agora porque ta na capa da SET (quatro capas diferentes, alias. Adivinha a que eu tenho?). Sim, porque depois de tantos anos de especulação parece que a adaptação pro cinema finalmente vai sair (já tá terminada, tem data de lançamento, mas ainda há briga na justiça). O site ficou ótimo. Mas também não é do filme esse post.

Quando eu li Watchmen eu simplesmente enlouqueci. De verdade.

Voltando um pouco... Minha introdução aos quadrinhos começou com uma professora de estética que tive na universidade que nos mandou ler Orquídea Negra. Fizemos um trabalho, tiramos dez. E eu fiquei querendo mais. Conheci o Fabinho nessa época. Nada podia ser mais perfeito. Ele, colecionador doente, tinha tudo que eu precisava pra me iniciar nesse mundo sem volta. Me emprestou Sandman, O Cavaleiro das Trevas, Monstro do Pântano... e, em algum momento, cheguei a Watchmen.

A essa altura eu já estava com minha monografia de conclusão de curso bastante adiantada. Estava pesquisando sobre intertextualidade no cinema (nesses meus autismos acadêmicos que me perseguem até hoje) e eu cheguei a cometer a insanidade de propor a meu orientador abandonar radicalmente meu objeto de estudo para pesquisar sobre Watchmen! Claro que ele não aceitou.

Mas Watchmen nunca saiu de mim. Aquele emaranhado de tramas dentro da trama, dramas de heróis angustiados (meu deus, que conforto!) e a redenção de descobrir grandiosidade numa expressão artística ainda sem a legitimidade de Grande Arte me pegaram de cheio!

A fábula marítima lida por um personagem anpassant que vez por outra nos remete para uma metáfora não só da própria narrativa da HQ como também desse nosso mundo do lado de cá. Cada vez que eu penso que aquilo foi escrito na década de oitenta eu tomo outro susto, tamanha é a atemporalidade dessa obra.

Os anexos ao final de cada edição com clippings (fictícios, claro) de jornais da época, diários dos personagens, arquivos de investigação da polícia, tudo profundamente necessário praquele efeito de extrema verossimilhança que assola o leitor.

De repente, me peguei numa fase querendo mudar, deve ser essa tal da crise dos trinta... e foi tão natural pensar em Watchmen.

Não tem como eu não querer lembrar disso pra sempre.

Pra quem nunca leu, dá pra baixar tudinho aqui.