segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Que diferença uma pessoa faz?

"you may be right, it's all a waste of time
I guess it's just a chance I'm prepared to take
a danger I'm prepared to face
cut to the chase
What kind of difference can one person make?
cut to the chase"


Sempre me lembro dessa música toda vez que sou acometida de um desses surtos de raiva, ódio e rancor por alguém...

Como é possível a simples existência de um ser humano fazer tanto mal a outra pessoa?

Sou eu ou é o mundo?

Só sei que às vezes tudo parece tão errado que dá angustia de viver.

Me lembro das rosnadas que o personagem de Clint Eastwood dá em Gran Torino (filmaço, a propósito) e tenho vontade de fazer o mesmo.

Quero arte. Alta. Fina.
Uma dose por favor. Dupla e cowboy.


Também quero eu ser alta e fina, pode ser?

Garçon!




sábado, 31 de outubro de 2009

...



I was dreaming of the past.
And my heart was beating fast,
I began to lose control,
I began to lose control,

I didn't mean to hurt you,
I'm sorry that I made you cry,
I didn't want to hurt you,
I'm just a jealous guy,

I was feeling insecure,
You might not love me any more,

I was shivering inside,
I was shivering inside,

I was trying to catch your eyes,
Thought that you were trying to hide,
I was swallowing my pain,
I was swallowing my pain.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Eu...

Quero o frescor da paixão
o romance declarado
a urgência do desejo
a ardência do gozo quase alcançado
Quero a sede
o exagero
a firmeza e a força de tudo que não é razão
quero pegada, cheiro e gosto
daquilo tudo que só sabe quem também queima

não é difícil entender
é um pouco menos que ficção
e um tanto mais que a trivialidade do cotidiano

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Numa ilha

Uma das coisas boas de não ser mais professora é poder voltar a ler ficção. Pelo menos um terço dos grandes livros que tenho em minhas estantes ainda não tive chance de ler. Já os de teoria passei alguns semestres de minha vida relendo continuamente. Nenhum prejuízo nisso, claro. Mas é uma delícia a liberdade de ir passando olho na prateleira e escolher o qual é o próximo.

Semana passada comecei 'O Retrato de Dorian Gray'. Tô apaixonada. Se fosse twitteira compulsiva, twitaria quase todas as frases. Meu momento noturno de leitura nunca foi tão prazeroso.

Vários trechos são "eternizáveis", digamos assim. E só pra fazer um contraponto:

"Sempre! Que palavra terrível. Estremeço de cada vez que a ouço. As mulheres gostam tanto de usar. Estragam o romance com a teima de que deve durar para sempre. E além disso é uma palavra que não significa nada. A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura mais tempo."

Ai, um choque. É tão confortável a ilusão da eternidade...

E isso:

"O objetivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza. É para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmos. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas."

Enquanto leio essas coisas, constato que para todo lado que olho vejo paixões eternamente fugazes e falsos altruímos que travestem a hipocrisia nossa de cada dia pairando sobre uma sociedade que adora sofrer e reclamar. Na verdade é sofrer para ter do que reclamar.

Ou já virei uma velha rabugenta ou eu vim de marte. Convivo diariamente com o sentimento de que eu simplesmente não entendo esse mundo. Não entendo porque obviedades parecem tão complexas para tanta gente, não entendo como se pode ser tão cego ou como é possível enxergar tudo tão distorcido. Não entendo revoltadinhos com o sistema que se acham seres iluminados diante de um mar de mediocridade, assim como não entendo como tanta mediocridade é sinônimo de eficácia.

Só sei que às vezes acho que seria tão bom viver numa ilha...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Duas ou três coisas que eu amo sobre os Beatles

Ok que é meio óbvio falar bem dos Beatles, mas depois que comprei o remaster do Abbey Road pro Fabinho voltei a me apaixonar por eles e pareceu inevitável ressuscitar o blog com isso.

Nessa última semana voltamos à beatlemania lá em casa. Estamos assistindo de novo todos os episódios do Anthology, além dos minidocs e tudo mais disponível no youtube, ouvindo os remasters, lendo as notas técnicas daquela enciclopediazinha, matéria da Rolling Stone, etc, etc.

Julinha também já é completamente fã como deu pra ver aqui.

Aí hoje de manhã me peguei pensando: Por que que esses porras são tão apaixonantes, hein?

Claro que não foi nada difícil elencar uma lista de motivos. E antes que apareça um beatlemaníaco dizendo tudo que eu esqueci, queria dizer que esses SÃO OS MEUS MOTIVOS, tá?

1) Melodias fofas e fáceis. Por que será que as crianças adoram, né?

2) Letras lindas sobre todos os assuntos do mundo. Diga aí um assunto. Eles tem uma musica sobre. Pode procurar.

3) O Paul McCartney. Tem o que explicar? Músico foda, lindo, rico e fundamentalmente: baixista.

4) John&Yoko. Sou fã. Adoro a história deles. Adoro o fato dela ser uma oriental doidona e não uma loirinha oportunista qualquer. Sei exatamente o que é aquela vontade de estar junto em todos os lugares simplesmente porque não há nenhum motivo para estar separado. E sem essa de que foi ela quem acabou com a banda.

5) A incrível evolução musical da banda. Pra mim foi um susto quando me dei conta de que eles eram muito mais que o iêiêiê que a minha mãe cantava em casa nas versões de Renato e seus Bluecaps. Thanx, Babe! ;)


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O macaco e a essência

Esse é o nome do livro que comecei a ler essa semana. O autor é Aldous Huxley, aquele conhecido pelas 'Portas da Percepção'.

Foi escrito em 1948 e, inspirado pelo terror pós bomba, visualiza um futuro deplorável para a humanidade. Não por acaso esse também é o ano do clássico '1984', de George Orwell.

A história se passa no Século XXII e o mundo foi completamente devastado pela Terceira Guerra Mundial que, por conta dos avanços tecnológicos, só durou 3 dias.

Bom, não terminei de ler o livro, nem contaria o resto da história se tivesse terminado. Mas o que mais me assusta é a imaginação visionária de uma nova geração que regride intelectuamente e atribui a devastação e os efeitos radioativos à Satanás, o próprio. A nova humanidade é satanista. Teme e ouva a Satã. A ordem se estabelece a partir do medo da fúria do capeta.

É uma história desconcertante. Serve como alegoria pra muita coisa que a gente vê nessa vida. A ignorância gera medo e o medo cria forças poderosas pra se justificar. A manutenção do medo é uma forma de poder.

Bem aventurados os bem informados, pois a burrice poderá nos destruir.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Ferraro Trio

www.myspace.com/ferrarotrio

Somzão!
Estava mesmo faltando uma novidade, para além do óbvio.
Fica aí minha dica.
Eu não perco o próximo show.


terça-feira, 21 de julho de 2009

Mais de um mês depois...

e a vida dá mais um reviravolta.

de fato, a gente não tem controle... e é interessante perceber como os sinais começam a piscar pra te indicar o caminho a seguir. deixo a vida acadêmica de lado, temporariamente (eu espero), bem na hora que o que costumava ser minha principal motivação, os alunos e as aulas, insistem em não querer valer a pena.

meu principal esforço atualmente é detectar quem é mesmo meu amigo e ligar o foda-se pra quem me trata mal ou me despreza.

pergunto-me: são meus desafios profissionais que sempre são enormes ou sou quem os supervaloriza?

tenho tido uma sensação bem parecida com a que tive depois que julinha nasceu: pânico geral por medo de não dar conta.

será mesmo que é melhor assim? quem sofre menos: quem não se joga por medo ou quem se joga com medo?

outro dia, vi na televisão um professor de filosofia tentando explicar o medo. gostei da racionalização. acaba com esse sentimento cristão que é a "culpa".

fico com os existencialistas e com a luta contra o nada.

sábado, 13 de junho de 2009

black hearted

(Re)Descobri entre meus livros o do Tarkovski, 'Esculpir o tempo'. Infelizmente tarde demais para usá-lo pro tal concurso que me atormentava. Talvez nem fizesse diferença.

Mas, algumas páginas adiante, e lá estava algo definitivo:

"A idéia do infinito não pode ser expressada por palavras ou mesmo descrita, mas pode ser apreendida através da arte que torna o infinito tangível".

O infinito tangível... sempre achei interessante o paradoxo de serem as ciências "exatas" que considerassem com tranquilidade a existência de um universo "infinito".
Tão inexato isso.
E pra piorar minha vida (ou a deles), só as artes conseguem dar a dimensão tangível dessa concepção.

Nesse texto, Tarkovski está tentando explicar o que ele entende que seja a função da arte.
E logo no terceiro parágrafo já está lá, pra me fazer sentir menos sozinha neste mundo:

"De qualquer modo, fica perfeitamente claro que o objetivo de toda arte (...) é explicar ao próprio artista, e aos que o cercam, para que vive o homem e qual o significado de sua existência."

Catarse.

Começou a passar um clipe na minha cabeça com tudo que já pode ter me ajudado a entender minha existência nesse mundo. Aff, difícil.
Não é taaanta coisa assim. Mas tem um bocadinho.
Os filmes do Bergman e do Antonioni, por exemplo, sempre parecem caber em mim feito um espírito que incorpora.

Digo o mesmo pra PJ Harvey. A música e a voz dela me tocam profundamente.

Resolvi deixar aí de presente o clipe novo dela, do disco mais recente em parceria com John Parish. Não consigo parar de ouvir.

My love is black hearted.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

deserto rosso

Nada de Kubrick.
Eu já devia saber que Antonioni era meu cineasta predileto.
E também esqueçam Blow Up.
Deserto Vermelho é a obra-síntese.
Ainda que seja da minha relação com ele, se assim preferirem.

Eu sou a Monica Vitti dizendo: "... as cores, as coisas, as pessoas... tudo me perturba".

Meu olho enxerga a dimensão estética de objetos meramente funcionais; minha alma é eventualmente arrebatada diante de inevitáveis desproporções; ruídos sonoros cotidianos me permanecem estranhos; horizontalidades e verticalidades me atravessam e me partem ao meio...
E vez por outra tudo isso nem me cabe. Ou me atrai profundamente a ponto de me dispersar.

Eu sou a Monica Vitti dizendo: "há algo muito errado na realidade e eles não me dizem o que é".

Me encontro no deserto vermelho Antonioniano.


quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um bocado de coisa

*Eu já devia ter falado de um bocado de coisa que passou, to devendo um texto decente sobre 'Matou a família...' mas quando eu tive o insight tava sem computador por perto, e depois fiz a besteira de ler outro texto sobre ele excelente... aí lascou...

*Aí, ainda, depois disso já vi outro filme ainda mais doido do Bressane: O Rei do Baralho. Meu Deus, o que dizer? O Rei ducaralho (no bom sentido)?

*Hoje eu assisti uma outra obra-prima, por razões absolutamente diferentes: O Terror das mulheres, do Jerry Lewis. Simplesmente genial. Figurinos da Edith Head, esqueci quem é o diretor de arte mas é simplesmente um espetáculo, além é claro da direção incrível do Lewis que talvez tenha sido a primeira vez que eu tenha visto 'de olhos bem abertos', digamos assim.

*Outro dia me dei conta que não falei nem metade do que devia ter falado sobre a etapa Aracaju do Festival Nordeste Independente. Aliás, aqui no blog não falei nada. Um gafe terrível da minha parte. Já não há cobertura de musica (rock, então...) na imprensa sergipana e eu não só fui, como de uma certa forma ainda colaborei disponibilizando os videos que foram exibidos e depois nem uma vírgula! Pendura aí.

*Ontem teve The Baggios e Retrofoguetes no Capitão Cook. The Baggios eu só vi o final, continua muito bacana, a dupla parece mais entrosada do que nunca. Retrofoguetes dá gosto de vencer o cansaço pra assistir. Banda que funciona tanto em festivais grandes como em inferninhos - que foi o clima que o bar se transformou ontem. O trio toca muito, estão na estrada há anos, continuam incendiando a platéia e quebrando com aquele status 'uiuiui-mamãe-não-cheguem-perto- de-mim-que-eu-sou-foda'.

*A Snooze toca em Maceió dia 30/05 no festival Maio-nese, junto com Mellotrons (PE) e Mopho em sua formação original. Vai ser bom ver isso em casa, revendo velhos amigos.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Demorei (2)

(A postagem urgente era essa, e quase chega atrasada...)


É uma dica valiosa pra quem está chegando nesse mundo da cinefilia e assim, meio que por acaso, quase sem querer, quem sabe por uma certa displicencia ou (cá entre nós, a gente não conta pra ninguém) um pouquinho de preconceito... enfim, pra quem tem o descaramento de dizer que gosta de cinema e ainda não viu nada do Hitchcock, essa é a grande chance de tirar o atraso. E começando com o pé direito.


O Mestre do Suspense (arrgh, tira esse clichê de cima de mim!) é o tema da mostra deste mês do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira. Foram escolhidas três obras-primas de sua melhor fase da década de 50: 'Janela Indiscreta', 'Um corpo que cai' e 'Psicose'.


Pra quem já viu, certamente não custa ver de novo. Em se tratando de Hitchcock sempre há novidades. Eu mesma tive que ver umas três vezes 'Um corpo que cai' até conseguir memorizar aquela trama labiríntica.


A abertura, amanhã (quarta, 23/04) às 19h, é mais imperdível ainda pela presença do Prof. Caio Amado (UFS, Mestre em cinema pela ECA/USP) para um debate após a exibição de 'Janela Indiscreta'.


A mostra segue na quinta com 'Um corpo que cai' e na sexta com 'Psicose'.
Sempre às 19h. De graça.


O NPDOV fica na R. Lagarto, n°2161, São José.


E saca só esse cartaz polaco de 'Vertigo' (Um corpo que cai) que eu encontrei por aí:

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Demorei demais...

...pra atualizar esse blog e muito, mas muito, muito mais pra assistir esse filme.

E, meu deus, que vergonha! Como é que eu pude ter chegado até aqui sem esse na lista?!



'Matou a família e foi ao cinema' foi dirigido por Júlio Bressane em 1969 e junto com 'O bandido da Luz Vermelha', do Rogério Sganzerla, marca o nascimento do cinema marginal.

Ok. Mais que isso há nos livros e em toda a internet...

Por nunca ter visto esse filme até hoje perdi, para pelo menos algumas dezenas de aulas, um exemplo magistral de composição e enquadramento, montagem paralela, narrativa não linear, intertextualidade e metalinguagem. Isso, no mínimo. Além disso, faz tempo que eu já podia ter respeitado a Renata Sorrah como atriz.

Eu podia falar muito mais, mas já tem outro post atrasado então fico prometendo a parte dois.

Por enquanto fica o registro do meu êxtase eisensteineano com 'Matou a família e foi ao cinema' e minha reverência eterna à Julio Bressane por esta obra-prima.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

sábado, 21 de março de 2009

NPDOV CONVIDA

Cursos:
Uma Introdução à Análise fílmica e O Surto Experimental Super-8 no Brasil
Com Prof.Dr. Rubens Machado Jr. (ECA/USP)
Início: próxima segunda feira, 23/03
Das 19h às 22h

Livre-Docente em Teoria e História do Cinema no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, o professor Rubens Machado Jr possui graduação em arquitetura e urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Mestrado e doutorado em Cinema pela ECA/USP. Atualmente é pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole - CEBRAP e professor titular da ECA. Rubens foi curador da mostra Marginalia 70 do Itaú Cultural que rodou o Brasil exibindo uma seleção do que houve de melhor no movimento superoitista daquela década no país.

Os cursos acontecem no período da noite, das 19h às 22h, e tem duração de uma semana (20 horas) cada um, começando com o de Introdução à Análise fílmica já nesta segunda feira, dia 23/03.
Ambos os cursos são gratuitos e não há pré-requisitos para se inscrever.

As inscrições ficam abertas até segunda-feira, 23, 18h.
Daremos certificado para os dois cursos separadamente.

O Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira fica na r.Lagarto, n.2161, São José. Tel: 3211 1505.

*NÃO ACEITAREMOS INSCRIÇÕES POR EMAIL. SOMENTE NA SECRETARIA DO CURSO.
HÁ 30 VAGAS PARA CADA UM DOS CURSOS.
ABRIREMOS LISTA DE ESPERA. DUAS FALTAS CONSECUTIVAS SERÃO CONSIDERADAS COMO DESISTENCIA E CHAMAREMOS O PRÓXIMO DA LISTA.

domingo, 15 de março de 2009

Cinema bom e de graça - Parte II


Mostra temática deste mês no NPDOV homenageia o cinema marginal de Rogério Sganzerla


Jornalista, crítico de cinema, autor do livro ‘Por um cinema sem limite’, o catarinense Rogério Sganzerla tornou-se cineasta aderindo imediatamente à estética da boca do lixo no fim dos anos sessenta, chamando a atenção ao dirigir o polêmico ‘O bandido da luz vermelha’.

Em plena época do movimento do Cinema Novo no Brasil, Sganzerla é um dos que encabeçam o movimento do Cinema Marginal em busca de pura subversão.
Este mês, a mostra temática do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira homenageia este que foi ‘um intelectual entre os marginais’, com três de suas produções mais emblemáticas.
Além dO bandido, a chanchada psicodélica de Copacabana Mon’Amour, e a crítica surreal de A mulher de todos integram nossa mostra que acontece próxima quarta, quinta e sexta, sempre a partir das 18h30.

O Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira fica na R. Lagarto, n.2161, São José.
Nossas exibições são gratuitas.
Venham e tragam quantas pessoas quiserem.

Serviço – Mostra Rogério Sganzerla: um intelectual entre os marginais

Dia 18/03 – 18h30 – A mulher de todos (fic./1969/ 93’)
Dia 19/03 – 18h30 – Copacabana Mon’Amour ( fic/ 1970/ 85’)
Dia 20/03 – 18h30 – O bandido da luz vermelha (fic./ 1968/ 92’)

domingo, 8 de março de 2009

Who watches the watchmen?

Esse post está atrasadíssimo.

Assisti Watchmen no ultimo sábado numa sessão privilegiada, começando meia noite, quase ninguém na sala, todo mundo caladinho, comportado.

Não podia ter sido melhor. Acordei no outro dia ainda na vibe do filme. Mesmo com tudo que fica de fora, as duas horas e quarenta passam voando e em vários momentos eu literalmente vi a HQ tornada real, quadro a quadro, ali na minha frente.

Me arrepiava toda. É um filme para os fãs, sem dúvida.

Assim que acabou, a primeira constatação que tive foi a de que, de fato, Watchmen nunca foi uma obra superestimada. É um puta argumento, uma obra-prima, e uma pena não ter o nome do gênio-marginal Allan Moore figurando nos créditos do roteiro. Ele merecia. Incrível tudo aquilo sair da cabeça de uma pessoa só.

É muito bom o elenco não contar com nenhuma superestrela hollywoodiana. Os personagens ganham força com isso. Rorscharch e o Comediante estão simplesmente perfeitos como principais representantes da derrocada do modelo de super-heróis como fontes de virtudes inabaláveis -argumento que colocou Watchmen na vanguarda das Graphic Novels do gênero na época.

A trilha sonora é cheia de surpresinhas: Hendrix, Dylan, Leonard Cohen... nada mal mesmo.

A fotografia obedece disciplinadamente a paleta de cores da obra original. Uma coloração sépia predomina, representação de um mundo em crise. A sequencia do exílio de Jon em Marte é não só plasticamente bela como quase verossímil.

O contexto da guerra fria, que na HQ é só pano de fundo, ganha explicações quase didáticas. Compreensível, passado todo esse tempo. Com esse turbilhão de informação que circula do dia para a noite, os anos oitenta já não ficaram logo ali na esquina. Ainda bem.

O ator que faz Rorscharch quase me faz acreditar que tudo aquilo foi real. Definitivamente acertei na tatuagem. ;)

Enfim, acho que o mais importante desta adaptação é que não há desvios dramáticos radicais no roteiro. As supressões de conteúdo me parecem necessárias. Até porque se fosse possível fazer um filme tão intertextual quanto essa HQ talvez ele precisasse durar umas cinco horas. Então eu aceito a estratégia de marketing de incluir os 'Contos do cargueiro negro' nos extras do DVD. Não vejo a hora, aliás.


Mas... me digam vocês aqui uma coisa: quem vigia os vigilantes?
ou será que a pergunta é: quem assiste Watchmen?

domingo, 1 de março de 2009

Campanha 'Devolvam os livros da Má' - Colabore!

Cheguei à conclusão que de má não tenho nada. Sou muito boazinha. E lerdona também. Quando via alguém com aquele olho de cachorro pidão em cima de um livro ou de um filme meu coração se derretia e eu nunca soube dar um não. Costumo (ou costumava?) dizer que conhecimento não pode ter dono, precisa ser compartilhado. Emprestava sem nem memorizar a cara do sujeito, imagina tomar nota do nome da pessoa e do livro.

Lindo, romântico.

Mas recentemente me assustei por ter me dado conta da quantidade de livros e alguns filmes (CDs eu não fui olhar, ai!) que já perdi nesse bom-samaritanismo. Alguns desses livros eu estou precisando muito neste exato momento. Comecei a campanha por msn, aí lembrei de uns que estavam com uma amiga e fui lá buscar toda feliz achando que os outros estariam com ela também. Nada.

Então resolvi trazer a campanha pra cá pra ver se surte algum efeito. Dessa vez vou pegar mais leve pra não assustar. Então ó:

Se algum desses livros listados abaixo estiver com você e for meu, por favor não fique constrangido em me devolver. Não precisa inventar nenhuma desculpa, nem pedir desculpas. Basta dar sinal de vida. Algo do tipo "Má, está comigo!" e a gente se acerta, ok?
MAS POR FAVOR DEVOLVAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. (hehehe, ok, brincadeira)

1) PRAXIS DO CINEMA - NOEL BURCH
2) ENSAIO SOBRE A ANÁLISE FÍLMICA - FRANCIS VANOYE, ANNE GOLIOT-LÉTÉ
3) REBECCA - HITCHCOCK (ESSE É O FILME)
4) CINEMA: ARTE E INDUSTRIA - ANATOL ROSENFELD

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

domingo, 25 de janeiro de 2009

Primeira ‘Sessão Notívagos’ – 24/01/09



Quase inacreditável. Pleno sábado de Pré-caju, uma sessão à meia-noite no Cinemark do Shopping Jardins, exibe ‘Repulsa ao sexo’, do polêmico Polanski – da tal “trilogia do apartamento”, Adelvan me lembraria mais tarde – isso enquanto a maioria da juventude sergipana se jogava sem nenhuma repulsa àquelas dancinhas
bestiais seguindo trios elétricos a apenas alguns metros de distância dali.

Mais ainda: na entrada e na saída para o filme, a banda de blues/folk/rock e etc mais badalada do momento, The Baggios , se apresenta no saguão do multiplex!! (Siiiiiiiiiimm, isso mesmo. Banda de rock dentro do cinema, dentro do shopping. U-hú!)



Foi assim a primeira ‘Sessão Notívagos’, que promete acontecer todo último sábado do mês, sempre com um filme ‘cult’ sendo escolhido pela galera na comunidade do orkut junto a uma intervenção artística – que pode ser uma banda, ou um artista plástico, ou uma peça teatral, um espetáculo de dança... enfim, “uma perspectiva transversal”, como dizia no email que recebi.

E olha que eu quase passo batido nessa aí. Tô eu aqui odiando mortalmente o Pré-Caju, decido abrir um email que nunca checo e é então que descubro esse evento quase inacreditável pra dali há uma hora. Ligo pra Adelvan e ele me tira as esperanças, pois os ingressos só seriam vendidos antecipadamente.
UM MINUTO antes do filme começar ele me liga dizendo pra eu ir que o negócio tá rolando. Lá vou eu pensando: “Bah! Deve ter só uma meia dúzia de maluco.” Hum! Chego lá e quase não entro porque venderam TODOS os 250 ingressos. Fui salva pelo toco alheio (e fica aqui meu agradecimento ao desistente anônimo).

Bom, mas aí a gente pensa: “Que bonito isso! Juventude cult em Aracaju hein?” Huuuumm... Não vos enganeis. Pose de cult pode esconder o comportamento mais tabaréu que já se viu na vida. Sim, eu ainda me choco com pessoas dando gargalhadas e fazendo aqueles comentários juvenis pra todo mundo ouvir em um filme como esse. Além do velho hábito de se manter conversando a sessão inteira. Tem gente que merece mesmo comer capim, digaí!

Ainda assim: APLAUSOS DE PÉ A ESSA INICIATIVA.
Mas só aplausos, tá? E boquinha fechada quando o filme começar ;)




(As fotos são de Vitor Balde)

domingo, 11 de janeiro de 2009

"Tire o seu sorriso do caminho...

que eu quero passar com a minha dor."

Nelson Cavaquinho era um gênio mesmo, hein?

Me identifico. Ando desconfiada de gente feliz demais.

(...)

Recomendo imensamente esse belíssimo documentário sobre ele dirigido pelo Leon Hirszman em 1970.

Salve os amargurados.

domingo, 4 de janeiro de 2009

códigos-pós-viagem-para-esquecer-de-tudo

PJ Harvey = garota bipolar (vide Rid of me)

Meodeos = fudeu!

"Deus protege os homens safados" = Ah, a gente sempre descobre

"Vamos seguir aquele carro" = Deus protege garotas aventureiras

"Minha senha tem seu nome" = Sou muito burro mesmo!