domingo, 31 de janeiro de 2010

Politizei

Vivo um momento interessante na minha vida intelectual. Não sei se foi a maturidade ou a necessidade que me fizeram isso, mas o fato é que me considero pela primeira vez na vida uma pessoa politizada.

A novidade, na verdade, é que me sinto à vontade com isso. Quem me conhece bem vai se surpreender com essas palavras. Emerge naturalmente de mim uma convicção de que sou uma pessoa melhor na medida em que compreendo mais o papel da política neste mundo.

Ok, vá, eu já meio que sabia disso. Mas nunca despertou meu interesse. E não era só preguiça... tá, era um pouco. Eu sempre pensava que ao invés de perder tempo com política eu devia saber e apreciar mais a arte. Tem tanta coisa pra gente saber né?

Mas, enfim. Para além da preguiça, teve sempre a ausência absoluta de estímulo. Cresci numa família que me ensinou a votar nulo e que mudava o canal da TV se o assunto fosse política ou futebol. E, claro, eu adorava isso. Achava, de um certo modo, transgressor. :)

Mas agora, que me aparece como um exercício necessário e oportuno, e que vivemos tempos de uma virada histórica no entendimento do papel da boa política no futuro dos seres, confesso que me sinto empolgada.

Não vou me candidatar a nada. Calma. Nem sinto necessidade de filiação partidária. Mas gosto de exercitar minha didática na argumentação em torno do que "só não vê quem não quer". Adoro desvendar interesses partidários em torno de declarações incendiárias.

Já sei que a gente não muda o mundo com essa empolgação.

Mas, só por me interessar, já me sinto fazendo a diferença.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

pra mudar o clima - vamo lá né?



Sobre a tristeza do bairrismo

Até hoje me intriga porque as pessoas ficam tão ofendidas quando alguém de fora fala qualquer coisa negativa sobre sua cidade. Não raro, estas mesmas pessoas se agrupam pra elencar tudo de ruim que pode existir ali. Entre si, nestes momentos, elas riem, concordam, narram histórias e se contrariam com a mediocridade humana. Mas o passaporte pra esse privilégio é ter nascido neste lugar.

Que sentimento tão mesquinho é esse do bairrismo? E por que que um comentário generalizante é entendido de forma tão pessoal?

Moro há 10 anos em Aracaju, amo essa cidade. Tenho uma coleção pessoal de histórias maravilhosas que tenho vivido aqui. Mas isso não me faz achar que só posso, ou só devo, encontrar coisas positivas nos lugares e nas pessoas daqui.

Sou alagoana, também amo minha terra, mas não vejo porque me ofender de forma pessoal quando alguém emite qualquer opinião negativa sobre Alagoas e alagoanos. Acho natural que as pessoas tenhas experiências distintas sobre os lugares. Desde que a ofensa não seja dirigida a mim, tento compreender.

Penso que, como em qualquer outro lugar do mundo, Aracaju e seu povo tem suas peculiaridades, seus encantos e também, porque não, seus defeitos. E como me sinto quase daqui penso que posso estar a vontade pra falar.

Afinal, é SÓ a minha OPINIÃO. NADA MAIS. Certo?

Não. Errado.

Triste e desapontada, calo-me.


PS: AH, E POR FAVOR, NÃO PUBLIQUEM MEUS TEXTOS SEM MINHA AUTORIZAÇÃO. GRATA.