terça-feira, 3 de junho de 2008

Meu apocalipse individual

Quem vê realmente não diz o quanto é difícil fazer televisão.
Fácil é falar como é que as coisas deviam ser feitas, mas vai tu lá fazer.
Tem a eterna guerra do conteúdo com a técnica. Pra concretizar uma idéia simples, com o mínimo de qualidade técnica e estética, às vezes é preciso mobilizar uma estrutura monumental nem sempre disponível. E quando se tem a estrutura ainda fica-se refém da habilidade, do comprometimento e da boa-vontade de todas as pessoas envolvidas. Dezenas, muitas vezes - isso para fazer uma entrevista que vai durar dois, três minutos (no máximo!) no ar.
A angustia é que nada, absolutamente nada, em televisão dá pra fazer sozinho. Aqui no meu blog eu penso, escrevo, ponho no ar, modifico, ponho foto.... tudo só eu! Ando realizada com isso!! Em televisão não. Pra botar qualquer texto no ar, mesmo sem imagem, eu vou envolver aí, no mínimo umas cinco pessoas. Com imagem isso sobe pra umas sete. É a mais completa e enlouquecedora dependencia do mundo.
Agora pensa o que isso significa quando você está comprometido com o propósito de tentar modificar todo um conceito de conteúdo, de estética, de entendimento sobre o próprio papel de uma televisão pública. Num cotidiano que envolve pessoas das mais variadas origens, personalidades, com os gostos mais diversificados possíveis, referencias que vão do metal ao calypso a dois passos de distancia. Inclue aí uma situação de extrema precariedade de recursos materiais, técnicos e humanos. Incluiu?
Agora tenta se imaginar nesse contexto fazendo 18 dias de transmissão ao vivo (das dez da noite às três da manhã) dos festejos juninos que aqui em Sergipe tem uma dimensão próxima de carnaval da Bahia.
Imaginou?
Sou eu.
Este mês.

2 comentários:

Anderson Ribeiro disse...

Onde fica o botão do desmerdalaise?

Catarina Cristo disse...

O comentário é tardio, porque vi o blog hj, qnd vc colocou na lista. Mas acho que vale a pena dizer que foi massa, Maíra.

Eu e Amaral, aqui no recife, ficávamos todo dia assistindo um pouco da transmissão, como um warm up , até o dia de chegar em Aracaju.

Claro que os problemas técnicos apareciam de quando em quando, mas pra gente que tava com saudade de Aracaju e pra que eu mostrasse a Amaral como é o São João de Caruaru, valeu a pena.

Se perdeu no quesito informativo (pelos problemas técnincos), ganhou no sentimental.

Sigamos em frente. É mesmo um longo caminho a percorrer.

Abraço!