sábado, 21 de agosto de 2010

Generosidade intelectual

Essas duas palavras não me saem da cabeça.
Não vou começar agora a dizer às pessoas como elas devem viver.
Faltei a todas as aulas sobre como escrever um livro de auto-ajuda (se é que precisa de aula).
Tampouco estou me posicionando como um modelo de nada.
Não é isso.
É só que observo muito. As coisas, as pessoas, o mundo.
Penso e pulso. E, às vezes, ignoro. E me anulo.
Normalmente o que não me parece interessante é o que tem muita consciência de si.
Não precisa de mim.
Luto com todas as minhas forças, cotidianamente, para manter o exercício da auto-crítica, ainda que em detrimento da auto-estima.
Bate mais forte em mim o desejo de desvelar o talento inadvertido, a beleza embrutecida, a capacidade subestimada.
Repudio o brilho forjado, acreditado, nutrido. Que se preocupa, e perde tempo, em sê-lo. Mais que qualquer outra coisa.
Antes o silêncio, a página em branco, o sorriso espontâneo, a intenção de ser bem.

2 comentários:

Anderson Ribeiro disse...

Uuuuppaa! E lá se foi a pedra em voo alucinante. Cuidado com a cabeça, meus caros.

JAN DE LONAN disse...

Vórtice vertiginoso de essência Pessoana, labirinto telúrico, louvor ao âmago do comum por sua calma.

emocionante.