Pra mim uma tatuagem tem que ser algo que você realmente não queira esquecer... que tenha um significado interessante, especial, só pra você. Não dá pra ser qualquer coisa bonitinha não.
Eu só tenho duas (até agora, hehe). A segunda eu acabei de fazer. Mas não é exatamente sobre minha tatuagem esse post. Mas o que ela representa e o impacto que isso teve em mim.
Os desavisados quando olham vêm logo uma borboleta. Os mais espertinhos chegam a lembrar que é uma imagem usada em testes psicológicos: as pranchas de Rorschard.
A-há! Mas quem sabe das coisas sabe que esse nome aí é o de um personagem da bíblia das Graphic Novels: Watchmen. E essa é a capa de uma das doze edições, a de número seis.
Voltou-se a falar de Watchmen agora porque ta na capa da SET (quatro capas diferentes, alias. Adivinha a que eu tenho?). Sim, porque depois de tantos anos de especulação parece que a adaptação pro cinema finalmente vai sair (já tá terminada, tem data de lançamento, mas ainda há briga na justiça). O site ficou ótimo. Mas também não é do filme esse post.
Quando eu li Watchmen eu simplesmente enlouqueci. De verdade.
Voltando um pouco... Minha introdução aos quadrinhos começou com uma professora de estética que tive na universidade que nos mandou ler Orquídea Negra. Fizemos um trabalho, tiramos dez. E eu fiquei querendo mais. Conheci o Fabinho nessa época. Nada podia ser mais perfeito. Ele, colecionador doente, tinha tudo que eu precisava pra me iniciar nesse mundo sem volta. Me emprestou Sandman, O Cavaleiro das Trevas, Monstro do Pântano... e, em algum momento, cheguei a Watchmen.
A essa altura eu já estava com minha monografia de conclusão de curso bastante adiantada. Estava pesquisando sobre intertextualidade no cinema (nesses meus autismos acadêmicos que me perseguem até hoje) e eu cheguei a cometer a insanidade de propor a meu orientador abandonar radicalmente meu objeto de estudo para pesquisar sobre Watchmen! Claro que ele não aceitou.
Mas Watchmen nunca saiu de mim. Aquele emaranhado de tramas dentro da trama, dramas de heróis angustiados (meu deus, que conforto!) e a redenção de descobrir grandiosidade numa expressão artística ainda sem a legitimidade de Grande Arte me pegaram de cheio!
A fábula marítima lida por um personagem anpassant que vez por outra nos remete para uma metáfora não só da própria narrativa da HQ como também desse nosso mundo do lado de cá. Cada vez que eu penso que aquilo foi escrito na década de oitenta eu tomo outro susto, tamanha é a atemporalidade dessa obra.
Os anexos ao final de cada edição com clippings (fictícios, claro) de jornais da época, diários dos personagens, arquivos de investigação da polícia, tudo profundamente necessário praquele efeito de extrema verossimilhança que assola o leitor.
De repente, me peguei numa fase querendo mudar, deve ser essa tal da crise dos trinta... e foi tão natural pensar em Watchmen.
Não tem como eu não querer lembrar disso pra sempre.
Pra quem nunca leu, dá pra baixar tudinho aqui.
6 comentários:
Watchmen forever!
Roscharch é meu personagem favorito também.
Você foi tão boazinha!disponibilizou tudo rsrsrs
Olá!
Informo que seu blog também faz parte do Blog'se! - O Portal dos Blogs Sergipanos.
Grato,
Antonio Carlos Lima
Ainda hj senti saudades da Maíra e liguei... mas ela estava longe e bebi sozinho ouvindo Dave Brubeck, Jonh Coltrane e Morphine. Outro dia eu mato minha saudade.
Nem todo mundo vê uma borboleta. ;)
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