terça-feira, 24 de junho de 2008

Ignorancia devia doer

Ignorancia rima com arrogancia...

* Interromper a apresentação dos bacamarteiros de carmópolis porque achou que era um perigo para os filhos que estavam ali e usar de seu pretenso "poder" como Procurador de Justiça... e ainda conseguir convencer nossa despreparada polícia que também não sabe que aqueles tiros tem tão pouco alcance que sequer chegam ao chão, isso sim devia ser motivo de prisão. Devia ter uma lei que mandasse um turista desse de volta pra casa.

* Achar que só a polícia sergipana é truculenta e escrever no blog um texto com o maleducadíssimo título "brutalidade sergipana" quando você vem aqui trabalhar e está sendo super bem tratado é indelicado, reducionista e muuuiiiito suspeito pra quem é de são paulo, não é não?

* Reclamar que teve que escrever um texto sobre as festas de são joão do nordeste às pressas e sem saber muito, quando a gente está aqui vivendo isso todos os dias de nossa vida e estamos todos a postos pra ajudar é no mínimo engraçado né? E o sudeste mantém a tradição de achar que sabe de tudo mesmo quando assume que não sabe... eita lelê!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Meu apocalipse individual

Quem vê realmente não diz o quanto é difícil fazer televisão.
Fácil é falar como é que as coisas deviam ser feitas, mas vai tu lá fazer.
Tem a eterna guerra do conteúdo com a técnica. Pra concretizar uma idéia simples, com o mínimo de qualidade técnica e estética, às vezes é preciso mobilizar uma estrutura monumental nem sempre disponível. E quando se tem a estrutura ainda fica-se refém da habilidade, do comprometimento e da boa-vontade de todas as pessoas envolvidas. Dezenas, muitas vezes - isso para fazer uma entrevista que vai durar dois, três minutos (no máximo!) no ar.
A angustia é que nada, absolutamente nada, em televisão dá pra fazer sozinho. Aqui no meu blog eu penso, escrevo, ponho no ar, modifico, ponho foto.... tudo só eu! Ando realizada com isso!! Em televisão não. Pra botar qualquer texto no ar, mesmo sem imagem, eu vou envolver aí, no mínimo umas cinco pessoas. Com imagem isso sobe pra umas sete. É a mais completa e enlouquecedora dependencia do mundo.
Agora pensa o que isso significa quando você está comprometido com o propósito de tentar modificar todo um conceito de conteúdo, de estética, de entendimento sobre o próprio papel de uma televisão pública. Num cotidiano que envolve pessoas das mais variadas origens, personalidades, com os gostos mais diversificados possíveis, referencias que vão do metal ao calypso a dois passos de distancia. Inclue aí uma situação de extrema precariedade de recursos materiais, técnicos e humanos. Incluiu?
Agora tenta se imaginar nesse contexto fazendo 18 dias de transmissão ao vivo (das dez da noite às três da manhã) dos festejos juninos que aqui em Sergipe tem uma dimensão próxima de carnaval da Bahia.
Imaginou?
Sou eu.
Este mês.